quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Enxoval: ignorâncias de uma mãe de primeira viagem

Como já havíamos enfrentado uma perda, assim que engravidei pela segunda vez eu e meu marido resolvemos não providenciar nada para o bebê nos primeiros meses. Nos dedicamos apenas a cuidar da alimentação, da rotina, da saúde. Era só o começo e parecia uma caminho muito longo até a nossa sementinha ganhar forma de gente. "Não vamos comprar nada agora", "não vamos comprar nada agora", "não vamos comprar nada agora" foi o discurso que imperou lá em casa nas primeiras semanas e, quando vimos, eu já estava indo para o quinto mês e o neném não tinha nem uma fralda véia! rs Foi nessa hora que me dei conta de que dali um tempo eu estaria barriguda e cansada para ter que providenciar tudo, então começamos as movimentações.

Pude contar com duas coisas a meu favor. A primeira foi a concordância imediata, minha e do meu marido, de que todas as doações oferecidas seriam bem-vindas lá em casa. Em geral, coisas de outros bebês são praticamente novas, pois se usa muito pouco, e não temos problema nenhum que o O use coisas de segunda mão. Nessa brincadeira, ganhamos protetor de berço, almofada de amamentação, meia dúzia de mantas lindas, pilhas de fraldinhas, toalhas e váááááárias roupinhas.

O segundo ponto a nosso favor foi que passamos o Natal grávidos, então a todos que disseram que queriam nos presentear respondemos que o O nos representaria. Ou seja, os presentes poderiam ser canalizados todos para ele. Além disso, em todos os amigos secretos de fim de ano, quando foi possível pedir o presente, escolhemos itens para bebês. Temos uma família grande, então lá vieram mordedores, roupinhas, sapatinhos, toalhinhas de boca, livrinhos, brinquedinhos para o banho e até uniformes de time de futebol. Ainda nessa onda do Natal, tivemos uma outra grande sorte. Uma parte da família viajou para os Estados Unidos e alguns itens que aqui são caríssimos foram trazidos de lá por, pelo menos, metade do preço. Carrinho, bebê conforto, cadeirinha para o carro, babá eletrônica, kit de mamadeiras e extrator de leite, entre outras coisas.

Achei que boa parte da história estivesse resolvida depois de tudo isso. Mas quando comecei a ler as sugestões de listas de enxoval, fiquei de cabelos em pé. Ainda tinha que providenciar móveis para o quarto, banheirinha, toalhas de banho com forro de fralda, berço, roupa de cama, bolsa, trocador portátil, móbiles e outros itens que não acabam mais. Sem contar os produtos que eu sequer sabia do que se tratava. Só aí fui descobrir o que é um cueiro e uma “saída de maternidade”. Mas o pior de tudo é saber, mesmo, o que é necessário. Como sou mãe de primeira viagem, tenho mil dúvidas. Preciso mesmo usar cueiro? Devo mesmo ter uma cadeira específica para amamentação? Extrator de leite elétrico é melhor que manual? Será que vou mesmo usar extrator de leite? Devo ter chupeta em casa desde o começo? E itens de alimentação, como mamadeiras, pratinhos, talheres, cadeirão? É verdade que preciso de panelas especiais quando for cozinhar para ele? Posso ter apenas um berço desmontável ao invés daquele tradicional, de madeira? Segundos os vendedores, sim, tudo é essencial para a saúde e segurança do bebê...

Aí comecei a querer ouvir mães experientes, mas as dúvidas só aumentaram. Umas dizem que não vivem sem uma cadeirinha de móbiles que balança, outras que isso é supérfluo. Outras dizem que o extrator de leite manual é cansativo demais e outras que o elétrico destrói o peito. Umas dizem que se tivessem o segundo filho só comprariam o berço desmontável e outras que é fundamental ter os dois! Por fim, coloquei na cabeça que vou seguir meu próprio instinto e comprar aquilo que, ao meu ver, faz sentido. Até porque, algo que se mostre necessário pode ser comprado depois, não precisamos ter 100% das coisas à mão quando bebê nascer, né? Mas, não se intimidem, se tiverem dicas para me dar, elas continuam sendo muito bem-vindas!

#31semanas

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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Soluço dentro da barriga?

Sim. Soluço dentro da barriga! Quando descobri que isso era possível, fiquei chocada. Afinal, durante a gestação, os bebês estão imersos em líquido, não respiram como nós "aqui fora". Mas logo que os movimentos do O ficaram mais fortes, percebi que vez ou outra aconteciam uns "espamos" dentro da minha barriga. Era como se ele me desse chutinhos coordenados. Mas sei que os bebezinhos não tem muita coordenação motora para fazer isso.

No começo, achei que poderia ser algum tipo de "latejamento" de alguma artéria, por conta da circulação do sangue, sei lá. Mas com o tempo esses "espamos" foram variando de lugar e ficando mais fortes e mais frequentes. Não resisti e lá fui eu para o Google, toda preocupada, querendo saber se meu bebê poderia estar sofrendo.

Foi aí que descobri que é normal o bebê soluçar ainda durante a gestação. Há até quem diga que isso é positivo, que o neném está treinando a respiração. Uma amiga chegou a comentar que bebês que soluçam muito dentro da barriga têm menos problemas de regurgitação depois de nascidos. Lenda ou verdade? A conferir!

Enfim, a cada dia uma novidade. Esta semana entrei no oitavo mês e estou curiosa para saber o que me espera nos próximos 60 dias. E depois!

#31semanas

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Queda na gravidez: às 27 semanas, minha barriga virou uma âncora

Escrevo esse post com um pouquinho de atraso, pois o episódio aconteceu  há três semanas. Mas acho válido compartilhá-lo mesmo assim, porque pode servir de alerta para quem não passou por isso e ainda pode redobrar os cuidados para evitar. Então vamos lá: sim, eu caí no meio da rua, feito uma jaca podre, com um barrigão de 27 semanas de gravidez. Eu sei, eu sei, passamos a gestação toda sendo alertadas de que nosso centro de gravidade muda nesta fase e que podemos nos desequilibrar. Mas até ir parar no chão, eu nunca imaginei que, com o mais bobo tropeção, minha pesada barriga viraria um âncora e me puxaria tão rápido para baixo.

Eu estava atravessando uma rua relativamente tranquila e, quando fui subir o meio-fio, que era um pouco mais alto que o normal, tropecei com a ponta do pé e... puf... não deu nem tempo de ver e nem de me dar conta de que estava caindo. Quando dei por mim, estava no chão. Caí de quatro. Primeiro com o joelho esquerdo, depois com as mãos no chão. Felizmente, não bati a barriga e nem sofri um "tranco" muito forte. Foi uma queda idiota mas que, creio, assustaria qualquer grávida

Na hora, a primeira coisa que me ocorreu foi: "Eu não acredito que caí! Que perigo, que risco, que burrice!". Mas, na verdade, eu não estava desatenta ou distraída. Acho que em outra situação eu sequer cairia com aquele tropeção besta. O fato é que meus reflexos estão muito alterados, então não cheguei nem perto de conseguir reagir a tempo de evitar a queda. O saldo final foi um telefone celular com a tela quebrada - porque estava na minha mão e ficou entre o punho e chão na hora que me apoiei - e o joelho esquerdo bem ferido e inchado. 

Mesmo tendo a nítida impressão de que o bebê não tinha sentido o tombo, procurei o médico e ele me disse para observar os movimentos do O por 24 horas e, também, conferir se não havia perda de sangue ou líquido. Não houve perdas desse tipo, mas confesso que tive a impressão de que naquele dia o bebê mexeu menos que o normal. Deve ter sido psicológico! Por sorte, eu tinha um ultrassom agendado para o dia seguinte e vi que estava tudo bem.

Sofri um pouco com o joelho, que incomodou por vários dias. A ferida inflamou e o médico me recomendou uma pomada ótima: colagenase. Cinco dia depois que comecei a usá-la, o machucado ficou limpinho, limpinho. Confesso que desde então fico um pouco insegura ao atravessar a rua, descer escadas e tudo mais. Não quero colocar minha gravidez em risco por um outro incidente desses, que posso tentar evitar sempre. Então, gravidinhas, fica a dica de quem tomou o susto: cuidado ao caminhar ouvindo música, falando no telefone, com sapatos inadequados, em chão molhado, em escadas e etc, ok?

#30semanas

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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Minha placenta está se dividindo

Ontem foi dia de ultrassom. Do alto das minhas 28 semanas e 3 dias de gestação, já não fico mais tão nervosa como no começo, mas sempre dá um friozinho na barriga. Até aqui, a maioria dos exames foi de pura alegria, fofices do neném e o médico repetindo: "tudo normal", "tudo normal", "tudo normal". Meu marido sempre faz questão de ir, mas justo essa semana ele viajou. E, justo essa semana, surgiu uma novidade na hora do exame.

Ao examinar a placenta, o ecografista percebeu uma fissura parcial em determinada região. A imagem que vi na tela se assemelhava a um tecido se rasgando. Ele explicou que provavelmente há, naquela parte, algum vaso que não funciona muito bem. Quando isso ocorre, a placenta tende a "migrar" para uma região melhor irrigada. Pelo que entendi, para "desviar" daquele vaso, uma parte foi para a esquerda e outra para a direita, criando o "rasgo". Ainda há uma pedacinho fino unindo as duas partes e o médico recomendou apenas monitorarmos. Ele disse que ela "ainda não está, de fato, dividida".

Não perguntei se é garantido que ela se dividirá ou se isso pode regredir ou estabilizar. Na hora, minha única preocupação foi perguntar sobre a saúde do bebê. O médico explicou que a parte à qual o neném está ligado passa a ser chamada de "matriz", e a outra de "acessória". Explicou que isso não prejudica o crescimento do bebê - aliás, o peso do O está até acima da média - e que a única preocupação é na hora do parto, especialmente se for parto normal. Isso porque, após a saída do neném, a placenta é puxada pelo cordão umbilical e pode acontecer de essa parte "acessória" não sair junto, ficando dentro do útero e causando hemorragias e um monte de transtornos dias depois.

O doutor me explicou tudo isso, mas frisou o tempo todo que não devo ficar preocupada e que é apenas algo para monitorarmos daqui para a frente. Um sinal amarelo. Incrivelmente, eu segui a recomendação e não pirei com a história. Apenas senti falta do meu marido na hora do exame e, claro, fiquei surpresa com a notícia. Eu nunca tinha ouvido falar que a placenta poderia se dividir em duas!

Claro que, chegando em casa, joguei tudo no Google (maldito Google!) e descobri que, num vocabulário mais técnico, isso é chamado de várias maneiras, como "placenta bilobada", "placenta lobulada", "placenta bipartida" ou "placenta acessória". Mas parei as pesquisas por aí. Vou confiar no médico e ficar tranquila, especialmente porque o O continua mexendo muito e acho que ele está superbem aqui no forninho. Torço apenas para que os próximos exames voltem a ser de pura alegria, fofices do neném e o médico repetindo: "tudo normal", "tudo normal", "tudo normal".

#28semanas

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