Depois que fiz a curetagem, que não
tinha mais o bebê dentro de mim e fui voltando à vida normal, comecei a pensar
em todas as coisas que uma gravidez envolve. Antes da gestação eu achava que só
havia coisas lindas relacionadas à concepção de um filho. Mas durante todo o
processo do aborto vi que pode haver sofrimento, perdas, desafios, problemas. Enfim,
como tudo na vida real. Ter filhos não é um conto de fadas, tem suas
dificuldades, e algumas de nós aprendem isso já na gravidez. Após a curetagem,
fiquei 15 dias tomando Methergin, para ajudar a limpar o útero. Nesse meio
tempo, ouvi e li todo tipo de histórias, sobre mulheres que enfrentaram
dificuldades também nesse processo pós-curetagem. Entre elas, algumas sobre doenças
ligadas à gravidez ou ao aborto que eu nunca tinha ouvido falar, como a tal
Doença Trofoblástica Gestacional (conhecida como “mola”), que ataca o útero como
uma espécie de tumor e eventualmente precisa ser tratada com quimioterapia. Antes
eu nunca tivesse lido sobre isso, pois as informações viraram um fantasma na
minha cabeça.
Mesmo assim, após a curetagem, tudo
estava correndo como o médico previu. Eu estava tendo sangramento e eliminando
alguns coágulos, resíduos da gravidez. Estava limpando o útero. Doía, eu tinha
muitas cólicas, mas ficava feliz ao mesmo tempo, pois os restos ovulares estavam
saindo. E quanto antes saíssem, antes eu teria alta. E, olha, saiu coisa de
dentro de mim! Aos poucos fui perdendo os sintomas da gravidez, meus seios
estavam desinchando e eu fui me convencendo de que o ciclo do aborto estava se
encerrando. Porém, o fantasminha da “mola” continuava ali. Eu só me tranquilizaria
quando a ecografia mostrasse meu útero limpinho, pronto para outra, sem nenhum
resíduo ou susto de qualquer tipo. Mas, não foi bem assim.
Já no primeiro minuto da ecografia o
médico mostrou que o útero não estava limpo. Além dos resíduos, havia a
presença de um tal “vaso nutridor”. Até hoje não sei exatamente do que se
trata, mas entendi que é ele que mantêm os restos ovulares ali, bem presos. “Acho
que o Methergin não consegue tirar isso sozinho”, disse o ecografista. Surtei! Na
hora lembrei da colega que teve a tal “mola”. Ela havia dito que o diagnóstico
veio a partir de uma ecografia pós-curetagem, que mostrou que o útero dela não
estava limpo e blá, blá, blá. Meu marido estava comigo, também conhecia a história,
e surtou junto. Fomos embora chorando, sem saber o que pensar (o ecografista
não quis detalhar o laudo do meu exame, já que é papel do médico fazer isso). Mas
tudo indicava que, no mínimo, uma nova curetagem teria que ser feita. E isso foi
muito frustrante, especialmente porque, com medo de uma futura insuficiência
istmo cervical, tentei evitar a curetagem e convivi 15 dias com o neném sem
vida dentro de mim. Ainda para evitar uma curetagem, me submeti a seis
comprimidos de Cytotec. E lá estava eu, caminhando para uma segunda cirurgia
desse tipo. Mas isso já nem me parecia tão sério, eu pensava mesmo era na “mola”.
Eu não estava com raiva do destino, e sim com medo dele.
No dia seguinte, ao levar a
ecografia para o obstetra, eu disse: “Hoje o senhor vai ter que cuidar da minha
cabeça, não do meu corpo, porque eu surtei!”. Primeiramente ele me mandou parar
de ler ou ouvir histórias por aí! Então ele me explicou que a tal “mola”
existe, sim, mas que meu caso não apresentava sintomas dela. Pediu que eu me
acalmasse, disse que o caso era “leve” e que tudo daria certo. Contou que não
queria me mandar imediatamente para uma nova curetagem e propôs um tratamento
alternativo, medicamentoso: uma alta dosagem de hormônio, que dali 15 dias
causaria uma sangramento mais intenso, que talvez limpasse o útero. “Costuma
funcionar”, disse o médico. Eu topei, e comecei a tomar os comprimidos. Mais
uma etapa vinha pela frente. O ciclo pós-aborto não estava encerrado, não tinha
data para terminar e eu precisava colocar minha cabeça no lugar...
qt tempo dps da curetagem vc fez essa eco? meu medico n pediu nd... a curetagem foi ha um mes e ainda n tive meu periodo...
ResponderExcluirOi, Dani. Fiz a eco uma ou duas semanas depois da curetagem. Dá uma conversada com seu médico para ser é normal demorar um pouco para vir o período e se ele recomenda que você faça o exame ;)
ExcluirBeijos e boa sorte! Depois volte para contar como foi.
Oi Mirela. Fiz curetagem com 7 semanas há exatos 33 dias. Farei nova eco dia 10 e estou no momento "fantasma da ecografia". Estou com medo do que vou ouvir na eco e do laudo dos restos ovulares também.
ResponderExcluirMinha menstruação ja veio essa semana, mesmo assim não vejo a hora disso tudo passar.
Olá, Vi.
ExcluirLamento muito pela sua perda. É uma fase difícil, mas tente não sofrer por atencedência. O que tiver que ser, será. O importante é que você esteja firme para encarar o que for necessário. Por isso se cuide e, claro, pense positivo!
Beijos. Aguardo suas notícias ;)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi Mirela..fiz um curetagem há 32 dias e ainda estou com sangramento, agora mais escuro mas continua e as vezes tenho cólicas leves, será q é normal? O q vc acha? Ainda não falei com minha GO, só tenho consulta semana q vem, mas já to preocupada!!
ResponderExcluirObrigada..
Patrícia
Grávida de 11 semanas, coração parou, curetagem no último dia 29/05. Fiz uma eco 12 dias depois e ainda tem restos ovulares e endométrio fino. Minha médica disse p esperar q vai saindo aos poucos. Mais não tá saindo não.
ResponderExcluirGrávida de 8 semanas. Curetagem disse 06/10/2014. Estava com rastro apenas sangue. Quando foi ontem, 4 dias depois tive cólica e fisgadas quando comecei a sangrar e colocar uns coágulos para fora. Estou um pouco dolorida e o sangramento esta como uma menstruação porém pouco.
ResponderExcluirOi eu fiz curetagem a dois dias e estou com muita dor de cabeça e tontura e mi cinto fraca e normal alguem sab mi dizer
ResponderExcluirtive uma gravidez molar mais nao pretendo ter mais filhos nao vou ligar para nao dar mais poblemas para minha saude tenho um casal e estou satisfeita com eles.sao muitos pequenos ainda 4 e 2 anos vou pensar mais neles e em mim tambem.
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