quarta-feira, 11 de junho de 2014

Vésperas do parto: o médico viajou, o bebê virou e o medo chegou

No último mês de gravidez eu já sabia que faria cesárea. Além de o bebê estar pélvico (sentado), eu tive placenta bilobada (dividida) e recebi recomendação de dois médicos para realizar o parto cirúrgico. Com isso, conversei com o obstetra e escolhi o hospital. O médico não queria que fosse depois da quadragésima semana e eu não queria que fosse antes, a não ser que o trabalho de parto se iniciasse. A quadragésima semana era logo depois Páscoa e eu fiquei torcendo para ter mais esse feriado para descansar antes de o bebê nascer. E assim foi!

Mas, claro que a última semana não seria "sem emoção". Meu médico resolveu ir a um congresso no exterior e deixou um "substituto" - que eu nunca tinha visto na vida - de sobreaviso, caso algo acontecesse. Esse substituto opera em outro hospital, ou seja, se o neném resolvesse nascer nessa última semana, seria tudo diferente do que eu imaginava (outro médico, outro hospital...). Não que haveria riscos no parto se fosse assim (a maioria das mulheres brasileiras ganham seu filhos com médicos que desconhecem e no leito que estiver à disposição naquele momento), mas para mim, que achei que tinha tudo sob controle, foi um "estressezinho" a mais. Tive que controlar a ansiedade por sete looooongos dias. Lembro-me que meu médico disse que estaria de volta à cidade no domingo de Páscoa - seu voo posaria às 3 da madrugada e às 3 da madrugada eu acordei, olhei no relógio e pensei: "Ufa! Passamos por essa."

Antes de viajar, o médico me deixou dois pedidos de ultrassons, para avaliar a maturidade fetal - não faríamos o parto se o exame não indicasse que o neném já estava bem desenvolvido. No primeiro que fiz: surpresa! O O. havia mudado de posição. Virou! Mas não encaixou. Lembrei que dias antes eu havia sentido umas dores fortes na barriga. Segundo o médico, é normal doer quando o bebê vira tão no finalzinho. Fiquei feliz com a notícia pois, mesmo nascendo de cesárea, é mais fácil quando eles estão de cabeça para baixo.

Enfim, os dois exames, feitos com uma semana de intervalo, indicaram maturidade fetal. Além disso, indicaram que o neném tinha 3,9 kg e 46 cm. Mas, só para não dizer que não tive uma pulga atrás da orelha no final da gravidez, ficamos preocupados com o tamanho do fêmur do bebê. Nesses dois exames o médico ecografista disse que o tamanho do fêmur não era proporcional às outras medidas. Ficamos cismadíssimos, claro. Mas combinei com o meu marido que não nos preocuparíamos com isso nessa altura do campeonato. Afinal, o O. nasceria no dia seguinte e aí poderíamos "conferí-lo" tim-tim por tim-tim.

Medo? Sim, eu senti. Não só de que o bebê não estivesse saudável, mas da cirurgia em si. Tive medo de que ele não chorasse logo (eu certamente ficaria assustada), de que algo acontecesse comigo, de infecção hospitalar e de todas essas coisas que vêm à mente numa hora dessas (até de que ele fosse trocado na maternidade...rs). Mas me esforcei para deixar que a felicidade e a tranquilidade fossem os principais sentimentos... Afinal, aquele dia tão sonhado estava chegando! O dia em que eu ouviria o chorinho do meu filho, como tanto desejei quando fiz a curetagem, um ano e meio antes, e ouvi o chorinho do filho dos outros.

Leia também: Minha experiência com o parto cesariano


2 comentários:

  1. Olá amei ler seu blog , passei por uma aborto retido ha 10 dias e uma curetagem, estou muito bem de cabeça , meio perdia talvez mas bem , e de saude ainda terei medico amnha , ams se Deus quiser bem,parabens que Deus e os anjos de luz te iluminem sempre bjs

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    1. Obrigada pelo comentário, Valéria! Espero que você já esteja totalmente recuperada. Beijos

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