sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Fazer ou não fazer o exame sanguíneo de sexagem fetal?

Estou quase concluindo a décima semana de gestação e muitas pessoas já começam a perguntar se sei o sexo do bebê. Eu ainda não sei, mas nessa altura já é possível descobrir, por meio de um exame de sangue que identifica a presença de cromossomos Y, em caso de menino, ou ausência de cromossomos Y, em caso de menina. Esse exame pode ser feito a partir da oitava semana e a taxa de acerto é altíssima (assim como o preço!). O sistema público e os planos de saúde não oferecem o serviço, porque não se trata de um exame essencial para a saúde da mamãe ou do bebê.

Eu não fiz e não pretendo fazer esse exame por três motivos. O primeiro é porque acho muito caro (geralmente, em torno de R$ 300 e R$ 400). Segundo, porque ele apenas adianta uma informação que você terá muito em breve. Terceiro, e mais importante, porque achei muito bom não ter feito esse exame na minha gravidez anterior, que culminou em um aborto retido. Hoje avalio que teria sido muito mais difícil encarar a perda se eu soubesse o sexo do bebê. Não que tenha sido fácil, mas ter perdido “meu menino” ou “minha menina”, que talvez até já tivesse ganhado um nome após o exame, teria sido certamente mais doído.

Acredito que só é possível ver o sexo do bebê pelo ultrassom quando a parte mais importante do desenvolvimento dele já foi um sucesso. Esse será, para mim, o momento perfeito para começar a sonhar com o “meu menino” ou a “minha menina”.

#9semanas

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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Coraçãozinho batendo a 160 por minuto!

Um dos dias mais felizes que já vivi começou tenso. Foi no último 9 de setembro, quando fiz a segunda ecografia, para finalmente ver o embrião e saber como ele estava. Eu e meu marido sabíamos que aquele seria um momento-chave (foi nele que esbarramos da última vez). Mesmo assim, eu não estava com medo. Receio, sim; medo, não. Não senti, nem de longe, aquela aflição ruim que tomou conta de mim em 9 de novembro do ano passado, véspera de descobrir o aborto retido. Eu fui tranquila, evitando criar expectativas, me preparando para o que desse e viesse, mas pensando positivo. Entrei de cabeça erguida na mesma sala em que tudo ocorreu dez meses atrás e cumprimentei o mesmo médico ecografista. Preparei-me para sentar na mesma cadeira de exames, e meu marido estava ali, no mesmo cantinho também.

Sabendo da minha ansiedade, antes de iniciar o exame o médico me olhou e disse: “vamos pensar positivo”. Quando começou, a primeira coisa que falou foi que via o embrião e sua atividade cardíaca (ele quis nos tranqüilizar o mais rápido possível e eu agradeço por isso). Olhei imediatamente para o meu marido, que me olhou com um sorrisão de orelha a orelha. Era como passar de ano depois de uma prova de recuperação difícil! Respiramos fundo e o médico continuou: tudo bem com o embrião, tudo bem com a vesícula vitelina, tudo bem com o saco gestacional, tudo bem com o corpo lúteo. Está tudo bem!

Aí, feita a “ronda” no útero, ele começou a aproximar a imagem. Nos mostrou, no meio daquele desenho turvo, um pedacinho que se mexia rápido. “Esse é o coração dele”. E aí veio aquele som lindo: “Flop, flop, flop, flop, flop, flop, flop, flop, flop...”. Eu já tinha ficado grávida antes, mas nunca tinha ouvido/visto o coração do meu filho até ali. Foi a primeira vez, e foi lindo. Eu me emocionei muito, segurei na mão do papai e, assim que saímos da sala, nos abraçamos forte. Nosso gigante de 1,13 cm estava saudável, às 7 semanas e 1 dia.

Agora estou aqui, curtindo esse banho de esperança que foi a segunda ecografia do pré-natal. Já levei o laudo para o meu obstetra e ele também ficou feliz. Mas não baixou a guarda e continua cuidando de mim como alguém que já sofreu um aborto. Na prática, isso significa que continuarei tomando o chato do Utrogestan (que me dá enjoos horrorosos) até a 16ª semana e continuo proibida de namorar até segunda ordem. De resto, estou ótima, trabalhando um montão, tocando o barco com ânimo. Mas com os dois pés bem fincadinhos no chão, vivendo uma semana após a outra. Afinal, gato escaldado tem medo de água fria...

#8semanas

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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Quando contar sobre a gravidez

Nas últimas semanas tenho pensado muito nisso. Na primeira vez que fiquei grávida, a notícia foi tão emocionante que aguentei poucos dias antes de contar a todos a novidade. Nunca me arrependi disso, pois foram dois meses de carinho, cuidados e curtição com a minha gestação. Porém, tenho a impressão de que esse compartilhamento de emoções ampliou a relação do meu bebê com o meu mundo externo. As pessoas passaram a imaginá-lo, a falar dele, a dar sugestões, fazer previsões e até falar com ele (rs). Quando veio a perda, foi uma despedida coletiva, vivida por todos que conviveram com a gravidez. A parte boa é que pude dispor da compreensão e apoio das pessoas durante o período mais difícil – e às vezes essa força vinha de quem eu menos esperava, de gente que sequer estaria na lista de “pessoas para contar”, caso eu preferisse ter sido seletiva na notícia. Foi um grande aprendizado para mim.

Nessa segunda gravidez, e muito a pedido do meu marido, estou sendo mais contida. Só informamos para poucos amigos e familiares, a quem pedimos discrição. No começo fiquei meio frustrada por não contar a todos que estou tendo uma nova chance. Mas, ao longo das semanas, passei a sentir um incrível conforto com essa situação. Não ser o assunto do momento, não ter um monte de gente – alguns que eu mal conheço – falando sobre o meu corpo, o meu filho e o que virá pela frente, está me fazendo um bem danado. Fico mais tranquila e com a cabeça descansada. É como se eu estivesse tendo o direito de viver essa etapa da gestação de forma mais intimista. Em algum momento todo mundo saberá. Para quê ter pressa?

Outra sensação é de que a escolha por não alardear a notícia está fazendo o tempo passar mais rápido. Semana que vem já faço minha segunda ecografia – a mesma na qual descobri o aborto retido, na primeira gravidez. Porém, tenho a impressão de que na primeira vez havia demorado tanto para esse dia chegar! Tanta coisa aconteceu naquele intervalo... Dessa vez, voou. Acho que é porque, no ano passado, eu vivi as primeiras semanas de forma intensa, com todo mundo sabendo e falando disso o tempo todo, o que deixou o caminho mais longo. Estou ansiosa pelo resultado do exame da próxima semana, claro, porque só ele vai me dar garantias de que estamos indo bem. Mas estou mais tranquila para enfrentá-lo, para pensar na gestação de forma geral, amadurecer ideias, para me preparar.

Antes de finalizar esse post, quero destacar só mais uma coisa: sei de muitos casais que optam por não contar a ninguém sobre a gravidez no primeiro trimestre, seja por medo da inveja alheia, seja por medo de perder o bebê. Entendo quem pense assim, embora ache que, se você perder, vai acabar tendo que contar de qualquer jeito. O mais importante, para mim, é a gente saber calcular se esse segredo nos fará mais sofrer do que nos sentir bem. Vale a pena viver tudo isso em solidão? No meu caso, partilhar a vida – com um grupo pequeno de pessoas que seja – faz parte do processo, tanto de cura quanto de concretização da felicidade. Dessa vez, só estou sendo um pouco mais “devagar” na divulgação da notícia =)

#6semanas

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